Há momentos em que uma pessoa muda silenciosamente a paisagem de seu tempo, não através do barulho ou da autopromoção, mas através da visão e da perseverança. O Irmão Richard Oliver OSB foi uma dessas pessoas. Muito antes de a maioria sequer ter ouvido falar da World Wide Web, ele reconheceu seu potencial de conexão, educação e serviço ao mundo monástico.

No início da década de 1990, de sua casa na Abadia de São João em Collegeville, Richard deu o passo incomum de reivindicar o domínio osb.org. Em 1º de abril de 1995, ele lançou o que se tornou um dos primeiros sites católicos oficiais. O Abade Primaz Jerome Theisen OSB revisou e aprovou o site naquele mesmo ano, estabelecendo um precedente de como as comunidades monásticas poderiam se envolver com as tecnologias emergentes. Nas duas décadas seguintes, o OSB DOT ORG se tornaria um recurso confiável para as comunidades beneditinas em todo o mundo.

O propósito do site nunca foi a autopromoção. Era, como Richard descreveu, um trabalho colaborativo — um claustro digital construído por “muitos monásticos, oblatos e amigos talentosos e generosos”. De sua seção “O que há de novo?” ao abrangente índice bibliográfico da Regra de São Bento, o OSB DOT ORG reuniu e compartilhou informações sobre casas beneditinas, centros de retiro, editoras, instituições acadêmicas e organizações internacionais. Seus visitantes — a quem Richard carinhosamente chamava de “Peregrinos do Ciberespaço” — encontraram uma rara mistura de hospitalidade e inteligência em seu design.

A “tecelagem monástica na web” de Richard foi reconhecida muito além dos círculos monásticos. O OSB DOT ORG foi destaque no livro Catholicism on the Web de Thomas C. Fox, (1997), recebeu a classificação 3-Star do McKinley Group e a LYCOS Top 5% Review, e ganhou prêmios da Bayardweb, revista Panorama, Ashgate Arachnid UK e Mozilla. A Encyclopaedia Britannica o recomendou, e a Biblioteca Estatal da Baviera mais tarde o arquivou como parte do patrimônio digital do monasticismo católico. Em cada caso, o elogio apontou não para o brilho técnico, mas para a clareza, acessibilidade e profundidade do site.

Sua atenção à acessibilidade era característica. Citando a Regra de São Bento — “Grande cuidado e preocupação devem ser demonstrados ao receber pessoas pobres e peregrinos” — Richard viu o web design como uma forma de hospitalidade. Ele insistiu que cada página pudesse ser lida por qualquer navegador, incluindo os baseados em texto usados por deficientes visuais. Este compromisso com a abertura era prático e profundamente beneditino: uma forma de lectio digital, convidando todos a entrar e aprender.

Mesmo com o avanço da tecnologia, Richard permaneceu prático, como editor do site até sua morte. Em 2018, pouco antes de se afastar, ele transferiu a administração do OSB DOT ORG para um comitê internacional de superiores beneditinos, incluindo Jeremias Schröder (agora abade primaz), Elias Lorenzo (agora bispo auxiliar) e Mauritius Wilde (agora abade) — garantindo que sua criação continuaria a servir toda a Confederação.

Explorar o arquivo do OSB DOT ORG hoje é vislumbrar um mosteiro digital do final do século 20: simples, funcional e silenciosamente rico em significado. É também uma visão do espírito de seu criador — um monge atencioso e voltado para o futuro que se importava profundamente com os valores cristãos duradouros e os expressava através de suas paixões gêmeas por “tecelagem na web” e vida monástica. Aqueles que agora dão continuidade ao seu trabalho reconhecem em cada página sua inteligência, moderação e generosidade silenciosa. Sentiremos muito a falta de seu humor gentil e bom espírito.